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A vida conjugal


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O casamento é a união e a vida em comum de dois seres humanos, um que é homem e outro que é mulher. O efeito a essa realidade tão simples é fundamental. A construção do casamento se fará numa repetição infinita de gestos, de palavras, de diálogos, de expressões de atenção e de respeito. Será fundamental rever sempre de novo se os dois olham na mesma direção, se buscam, no respeito nas diferenças estarem juntos para o bem do outro.


Nesse dom mútuo, maduro, perseverante haverá o momento da renúncia que é um peso suportado, mas momento de superação do egoísmo para que o amor conjugal se manifeste. A renúncia é de parte a parte. A construção do nós, torna-se possível quando os cônjuges são dons e outro. A renúncia só tem sentido e valor quando se dá no contexto de um amor mútuo e interpessoal e certamente quando não agride a dignidade humana.

"25.Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, 26.para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, 27.para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito seme­lhante, mas santa e irrepreensível. 28.Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. 29.Certamente, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; ao contrário, cada qual a alimenta e a trata, como Cristo faz à sua Igreja – 30.porque somos membros de seu corpo. 31.Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois constituirão uma só carne (Gn 2,24). 32.Esse mistério é grande, quero dizer, com referên­cia a Cristo e à Igreja. 33.Em resumo, o que importa é que cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite o seu marido." (Efésios: 5,25-33)

A chegada do sofrimento, do contraditório, da dor é momento de prova do amor. Quando um casal sabe acolher um sofrimento e manter a união terá solidificado o projeto conjugal. A desistência do esforço e a moleza interior são responsáveis por casamentos fracassados e sem brilho.


Quando falamos da harmonia conjugal não estamos defendendo um casal fechado, voltado para si. O casal é realidade aberta e se orienta para fora do altar. Particularmente importante será o convívio com outros casais.

"1.Vós, também, ó mulheres, sede submissas aos vossos maridos. Se alguns não obedecem à palavra, serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples procedimento de suas mulheres, 2.ao observarem vossa vida casta e reservada. 3.Não seja o vosso adorno o que aparece externamente: cabelos trançados, ornamentos de ouro, vestidos elegantes; 4.mas tende aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus. 5.Era assim que outrora se ornavam as santas mulheres que esperavam em Deus; eram submissas a seus maridos, 6.como Sara que obedecia a Abraão, chamando-o de senhor. Dela vos tornais filhas pela prática do bem sem temor de perturbação alguma. 7.Do mesmo modo vós, ó maridos, com­portai-vos sabiamente no vosso convívio com as vossas mulheres, pois são de um sexo mais fraco. Porquanto elas são herdeiras, com o mesmo direito que vós outros, da graça que dá a vida. Tratai-as com todo o respeito, para que nada se oponha às vossas orações." (I São Pedro: 3,1-7)

Ninguém vive ou aprende sozinho. Casais ensinam casais a viverem juntos. A pertença a um grupo de casais, tanto nas classes pobres quanto nas médias e altas, é elemento importante na construção do casamento. A troca de ideias, o ver outros construírem a unidade, o partilhar das dúvidas e dos temores, quando o grupo é maduro e não se reúne apenas para futilidades e alimentar a dimensão social em seu sentido de mundanismo, é de grande auxílio para se ver claro a realidade conjugal e reorientar caminhos que correm tortuosamente. Com o casamento diminuem os contatos que correm tortuosamente. Com o casamento diminuem os contatos com amigos solteiros e a vida do casal não pode limitar-se às quatro paredes da casa e às visitas familiares. Os casais cristãos devem criar amizades de fé, participando da comunidade paroquial, através de movimentos e pastorais. Melhor ainda, para os cristãos, se esses grupamentos tiverem o cuidado de fomentar uma espiritualidade conjugal.


Para viver uma boa vida conjugal é preciso ver alguns pontos importantes como:

  • Presença: Amar é viver com a pessoa amada. O amor exige a presença da pessoa amada não somente física, mas sobretudo, psicológica, isto é, presença de amor, de compreensão de serviço e partilha, pulsando e vibrando de amor.

  • União: Amar é viver unido ao amado. A vida conjugal exige união, fusão de dois corações num só. Exige intimidade.

Cristo para satisfazer as exigências do seu amor para conosco, instituiu a comunhão. Cristo se dá todo à pessoa e a pessoa se dá toda a Cristo. Assim também Deus quer que seja a união dos casados a ponto de formarem "uma só carne". A vida conjugal é completa quando nela se realizam três elos importantes:

  • CORPO: aquele desejo de se dar e fazer o outro plenamente feliz;

  • CORAÇÃO: a doação afetiva da união de sentimentos, de amizade, através dos carinhos, atenção, compreensão, perdão, renúncia e aceitação.

  • ALMA: vemos a doação espiritual na participação e na busca do fortalecimento do amor através da palavra de Deus, da oração conjugal, feita pelos dois diariamente no ambiente do lar, no aconchego dos dois.

Na vida conjugal outro ponto importante é o sacrifício de renúncia. Amar é sacrificar pelo outro. O amor se mede pela capacidade de renúncia e de sacrifício de um para o outro. Mas a renúncia conjugal não deve anular os desejos de um dos cônjuges ou ferir a dignidade da pessoa humana.


A todos, Cristo disse: "Se alguém quer ser meu discípulo, tome a sua cruz, renuncie a si mesmo e siga-me" (Mt 16,24). Amar é estar a disposição do outro, é fazer da vida conjugal uma vida de felicidade, realização de fecundidade que produza a realização do casal, para serem plenamente feliz.


Este texto, faz parte de um curso de formação para recém-casados que desejam compreender o plano de Deus para uma vida matrimonial harmoniosa.

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