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A vida espiritual do casal

Atualizado: 17 de ago. de 2021


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Normalmente os que se casam diante do Senhor e recebem o Sacramento do Matrimônio são pessoas que creem em Cristo. O cristianismo é uma vida. Cristo se apresenta como o caminho da verdade, da luz e vida do homem. Pelo batismo e pela vivência da fé surge o crescimento interior, o desenvolvimento de uma vida realmente espiritual que não é uma segunda estrutura da existência, mas a vida de todos os dias dilatada às dimensões da vida de Cristo vivo e ressuscitado em cada um de seus discípulos.

"1.A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. 2.Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados. 3.Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela Palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível. (Hebreus: 11,1-3)

No tempo de solteiro pode acontecer que o rapaz e/ou a moça tenham se dedicado à oração, ao estudo e compreensão do Evangelho, à ação cristã no mundo. Não é normal que, com o casamento, esse projeto seja abandonado ou interrompido. Pode mesmo acontecer que, quando uma das partes não teve vida espiritual cristã, a outra venha a ser prejudicada ou transformada.


Poucas vezes se observa empenho comum na construção da vida a dois à luz da fé. Poucos casais concebem um projeto espiritual comum. Nota-se que um ou o outro continuam com certa religiosidade, certas práticas religiosas adquiridas em suas famílias de origem, mas não ha esquemas novos de construção de uma vida espiritual a dois. Com o casamento instaura-se a nova realidade do casal e assim é normal que se possa falar de uma espiritualidade conjugal e familiar. Não é suficiente que marido e mulher, isoladamente, continuem sua vida cristã. Será necessário que o casal participe da comunidade de fé, diante do Senhor.


Estabelece-se entre marido e mulher um laço de aliança, um pacto de amor e no amor do Senhor. A espiritualidade conjugal consiste numa vivência da fé, em todas as suas dimensões, a partir da dimensão conjugal e familiar. Não se trata somente de algumas práticas comuns realizadas a dois, mas de todo um empenho de fazer com que a fé penetre a vida dos dois e da família.

"12.Porque, como o corpo é um todo com muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. 13.Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. (I Coríntios: 12,12-13)

Marido e mulher são chamados por Cristo. Já começaram a dar uma resposta ao pedido de Jesus: "Vem e segue-me". Na nova situação de casados haverão de continuar a dar a resposta ao seguimento do Mestre numa outra e particular a situação de vida. Assim como o Senhor Altíssimo fez aliança com seu povo, assim marido e mulher, no Senhor, estabelecem um pacto mútuo. São dois destinos eternos que à luz do Evangelho vão respondendo à sua vocação cristã e divina para o matrimônio.


A espiritualidade conjugal supões uma busca comum da santificação. Não tenhamos medo de ouvir a palavra da santidade. Não se trata de algo desencarnado. Trata-se da preparação de nosso interior para viver a comunhão com Deus nesta e na outra vida. Os cônjuges caminham juntos nesta direção e alcançam a meta não com meios usados pelos monges e contemplativas, mas com a palavra de Deus, a Bíblia, que está em suas mãos, vivendo o dia-a-dia do casal e da família à luz dos desígnios de Deus e das exigências do Evangelho.


Os que se casam devem ter plena consciência e respeito da santidade e sublimidade do Sacramento do Matrimônio. Não basta, no entanto, tal consciência. O casal vive as graças do matrimônio ao longo de toda a sua vida: força para superar dificuldades, graças a fidelidade, na ajuda mutua para a educação dos filhos, etc.


A Revisão constante da vida, é necessária, para saber como casal, marido e mulher estão realizando a vontade de Deus:


  • diálogo amoroso e ininterrupto: a fim de verificar se o casal está vivendo o mandamento do amor fraterno e conjugal à luz do Evangelho.

  • Leitura comum da palavra de Deus na Bíblia: reflexão em comum e até mesmo com outros casais no sentido de ver como a palavra do Senhor se encarna em sua história a dois e familiar.

  • Participação comum da Eucaristia (missa ou culto): como alimento da vida a dois, como momento de oferecer ao Senhor, através de Cristo, a história de seu amor e de sua família.

  • Exercício comum das virtudes humanas: fé, esperança, caridade (amor), prudência, temperança, fortaleza e justiça. Vivenciar estas virtudes desenvolve o autoconhecimento pessoal, conjugal, familiar e comunitário.

  • Prática da oração conjugal: marido e mulher não apenas repetem fórmulas em comum, mas se apresentam juntos ao ministério de Deus que os uniu e sustenta sua caminhada a dois.


Exercitar-se-ão no sentido de criar em sua casa um clima de oração e devoção familiar.


Deverão também, marido e mulher dedicar-se à comunidade cristã paroquial onde habitam. Anunciar a boa-nova do casamento e da família a outros casais e outros cristãos. Convém que o trabalho missionário fora de casa seja realizado pelo casal para testemunhar que estão unidos no Senhor.


O casal cristão deverá estar presente no mundo e construir um lar, mais aberto as necessidades de outras famílias e outros irmãos.


Este texto, faz parte de um curso de formação para recém-casados que desejam compreender o plano de Deus para uma vida matrimonial harmoniosa.

Deixe um comentário, a seguir, ou inscreva-se na formação de acompanhamento de recém-casados do setor de Pós-Matrimónio da Pastoral Familiar.



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